Ka Lan (cujo nome significa "corta fios" em chinês) nasceu num pequeno e muito pobre vilarejo de plantadores de arroz, nas cercanias de Hong Kong.
Durante a invasão japonesa, sua família, amigos, parentes e vizinhos foram massacrados pelos soldados. Ka Lan tentou escapar de tal sina mas não teve sucesso, sendo capturada.
Por ser uma jovem muito bonita, foi escravizada, torturada e seviciada pelos oficiais e soldados dos batalhões.
Contando com o excesso de confiança de um vigia, Ka Lan conseguiu escapar do cativeiro. Mas as feridas de seu corpo e mente já estavam em vias de causar-lhe a morte.
Ka Lan foi encontrada e resgatada por um amigo, que a levou para um templo budista secreto, chamado apenas de Casa do Dragão Vermelho.
Nesse templo, apesar de todos os cuidados, Ka Lan veio a falecer. Mas antes, ela fez um pacto com entidades nefastas do submundo astral da China, sendo levada para as profundezas do Inferno.
Seu amigo, com a ajuda dos conhecimentos e poderes de um monge renegado, decide resgata-la das hostes infernais.
Ka Lan é uma deusa da Morte. Seu poder inclui suspender ou encerrar toda e qualquer ação, atitude, pensamento, ato ou movimento.
Normalmente ela se apresenta como uma menina de olhos negros feito o fundo desta tela.
Quando necessário, Ka Lan pode alterar seu corpo e modificar-se para ser o maior medo de quem estiver por perto.
Ela possui uma ferramenta de múltiplas funções e que serve tanto como cajado quanto uma foice.
Nada pode ficar em seu caminho, nada a detém.
Ka Lan é uma menina gozadora, cínica e provocadora. Tem uma aparência brava e é impaciente, teimosa e mandona.
Porém, quando quer, é amorosa, emotiva, carinhosa e apaixonada.
Ka Lan é muito sensitiva, conseguindo antever a maioria das atitudes agressivas dos outros. Consegue "ler" a alma alheia e saber quando estão dizendo a verdade ou mentindo.
Ela possui um cajado mágico, que tanto pode ser uma foice quanto uma lança.
E, por ser uma deusa da Morte, Ka Lan consegue convocar ou expulsar a Carruagem das Almas (encarregados de levar ao reencarne as essências vitais ou códigos energéticos dos seres destruídos em combate).
Tudo o que tem um começo, precisa ter um fim. Mas num universo de deuses praticamente imortais, como seria a morte?
Seria ela o fim de tudo, o apagar de nossa Consciência e que mostra que nossa Existência foi inútil e em vão?
Talvez sim. Não sei... Ou não quero pensar nisso.
Mas a minha Ka Lan é a forma que encontrei de exercer a Justiça para com os deuses. Pois os deuses somos nós e carregam nossos acertos e nossos erros. E quando um deus erra, ele merece, e deve, ser punido. Já que o Homem é o Centro do Universo, deve ser o Universo regido pelas normas, aspirações e vontades humanas.
Ka Lan aplica essa Justiça mas, ao mesmo tempo, ela é extremamente frágil. Já que a Morte, por mais poderosa que seja (e ela é), ela ainda deve se submeter ao ser humano e suas emoções.
E a emoção maior do ser humano é o Amor.
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© 2009 José Roberto Pereira